Nascida na casa de dois foliões natos, cresci curtindo carnaval. Não o carnaval dos abadás, das micaretas, mas sim o verdadeiro carnaval! O carnaval das marchinhas, dos frevos, dos confetes, das serpentinas, dos desfiles de melhor fantasia (que aconteciam no ASFITA-Associação dos pais e filhos de Itaporanga), o carnaval dos ala ursa formado por amiguinhos da rua, que adoravam a festa que surgia em meio aos batuques de panelas, e no final fazer aquela festa ao dividir os trocados arrecadados, para gastar em chicletes e bombons xaxá na barraca de Seu Joaquim da esquina. :)
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Os reis do meus carnavais: meu pai e minha mãe. |
Sempre curti carnaval, mas para mim, carnaval nunca foi sinônimo de muita bebedeira e nem de tanta agitação, mas sim de alegria, reencontro, cores e até de descanso, porque não?
Lembro-me das fantasias que minha mãe, tias e minha avó sempre faziam para mim e minhas primas. Na maioria da vezes virávamos índias, pois era mais simples, mais barata e menos calorenta.
A folia acontecia no carnaval da escolinha, e do clube da extinta AABE (Associação Atlética do Banco do Estado). Era aquela brincadeira à beira mar, acompanhada por orquestras, frevo no pé, trenzinhos da alegria e muita animação. Só não se sabe quem curtia mais, se eram os foliões mirins ou seus pais. Pura festa!
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comemorando o aniversário de meu pai com um super baile de carnaval no Centro Histórico. |
O meu carnaval era assim: o carnaval das janelas de ônibus fechados, para não se sujar de ovo ou farinha (ainda bem que em extinção). Dos hinos cantarolados atrás do carrinho do vendedor de cd´s, que acompanhava aos poucos mais de 100 foliões pelas ruas e ladeiras do Centro Histórico, nos blocos MARUINS DO SANHAUÁ e do ARRANHA CHÃO. Das decorações e bailes de máscaras inventados em casa, na casa de amigos ou nas praças com o propósito de comemorarmos os aniversários dos carnavalescos mais ilustres da família: meu pai e meu irmão Tiago.
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Eu e minha mãe de porta bandeiras do Maruins e do Arranha Chão. |
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Eu e Marcelo na exposição "Manifestações alegóricas". |
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Foto: Fernando Moura. Bonecos de Simvuca e Jackson do Pandeiro. |
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Bolo de máscara, comemorando os aniversariantes Fernando e Tiago. |
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Ladeiras do Sanhauá recebendo os foliões. |
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Estandarte que fiz para o Bloco uísque com tapioca. |
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Foto: Tamara Sorrentino. |
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Minha formatura do curso de artes. Baile de máscaras. |
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Eu e minha mãe no Bloco Os Imprensados. |
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Eu e Marcelo em tarde de carnaval. |
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Estandartes e seus foliões. |
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Eu e Marcelo com o estandarte de minha autoria. |
Já brinquei carnaval com o pé no chão, com o pé nas areias de prais como: em Baía da Traição, em Tambaú, em Barra de Camaratuba, em Acaú, em Lucena, todos eles, junto de pessoas muito queridas e animadas!
Já brinquei carnaval no segundo maior bloco de arrasto do país: a "Muriçocas do Miramar", já binquei também nos menores blocos da Cidade e desde que começei a ser "Cafuçu" não quis mais deixar de ser!
Já apresentei trabalho de conclusão de curso sobre as alegorias de carnaval e fiz curadoria de exposição que tinha como tema as "manifestações alegóricas", já confeccionei estandartes e lembrancinhas com o tema. Já passei horas assistindo e torcendo pela Vila Isabel, representando minha querida João Pessoa no desfile das escolas de samba do Rio. Enfim, já dançei, já beijei, já suei, já comemorei e já aproveitei bem o carnaval. O meu carnaval que era, e é assim, cheio de alegria e paz como tem que ser! E viva o carnaval!
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Eu de cafuçu com estátua do poeta Livardo Alves. |
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Cafuçus! |