moinho de sonhos

A Menina de Engenho|criações surgiu da necessidade de mostrar um pouco do meu trabalho como artista visual. Como estou sempre criando e idealizando sonhos em forma de arte, resolvi mostrar alguns desses trabalhos e trocar idéias com os blogueiros que assim como eu estão sempre "moendo" novas idéias.

Sejam bem- vindos!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Brincando de ser poeta

Acho que tá no sangue,
de vez em quando me ponho a escrever.
Deve ser de verdade,
Filho de peixe, peixinho há de ser...

Filha de dois jornalistas,
que vivem brincando com as palavras.
Se eu não fosse tão artista,
disso eu também brincava.

Aqui em casa é assim,
jornalistas, músico, compositor,
uma virou artista, outro administrador.
Por que é que nenhum de nós tratou de ser doutor?

É porque tudo nessa vida
é o destino mesmo que diz.
Hoje eu só me importo mesmo
é cuidar de ser feliz!




Eita paixão!

     Sempre fui fascinada por estórias e gosto sempre de ouvir os mais velhos mas, neste caso, não foi preciso, porque sempre foi algo que vi e vivenciei. Às vezes acreditava que um dia ele iria abusar ou esquecer, sei lá! Mas não teve jeito, isso nunca aconteceu!
     Uma vez viajamos em família. Estávamos em um hotel maravilhoso no Recife, tudo perfeito. Ôpa! Eu disse tudo perfeito? Perfeito para todos, menos para uma pessoa: Fernando Moura, meu pai. No café da manhã não tinha ela. Ele não acreditava que nem havíamos saído do Nordeste e já faltara tapioca. Mas era verdade...foi preciso mandar buscar.
      Já vi todo tipo de tradição em família, mas recita de tapioca havia sido a primeira vez. E existe toda técnica, viu? Peneira daqui, esquenta dali, vira, volta, não é tão simples assim! Já pensou fazê-la todos os dia? Pois é, ela faz...e ele come.
      Como faço parte da família, aprendi também e, na ausência da tapioqueira oficial: minha mãe, cabe a mim o ofício. Não é um dia sim e outro não, é um dia sim e outro também! E sabe de uma coisa? Nem penso que alguém acredite nesta estória, mas mesmo assim resolvi contar, afinal, eu que vejo todos os dias ainda me impressiono, que dirá você?

Bom, boa leitura!



Ele a come todos os dias*

Eu conheço uma pessoa
Que a come todos os dias
Se não tiver tapioca
Lhe dá logo uma agonia

Quando ele foi casar
A mãe tratou de ensinar
À moça que agora ia
Sua branquinha preparar.

A noiva disse pra se livrar:
Nem vem, não sei cozinhar!
E a sogra lhe perguntou:
Tu já queres descasar?

Como gostava do moço
Ela logo aprendeu
Dona Lourdes feliz lhe disse:
Toma que agora é teu!

Pensara a moça:
Um dia Fernando consigo enrolar,
Mesmo assim todos os dias
Ele pedia pra lhe preparar

No início um agrado,
Um carinho, uma afeição
Casamento em lua de mel
Tá aceita a condição!

Os anos se passaram
Aprimorou sua lição
Silvana até que aprendeu
A pilotar bem o fogão

Tinha dia que se irritava
Toda manhã essa missão
Mas Fernando lhe dizia:
Dela não abro mão!

Todo mundo elogiava
O empenho daquela moça
Pra quem nada cozinha
Aprendeu até a lavar louça.

O tempo foi passando
Tapioca fazendo efeito
O primogênito chegou
Pra bagunçar o coreto.

Sil tava cansada
Agora tinha um menino pra criar
Pensava ela que iria
daquela rotina escapar.

Mas Fernando que não é bobo,
Tratou logo de explicar:
"Os meninos são bem- vindos,
Mas tapioca não pode faltar!"

Os amigos inventaram
Que com tapioca não sobe não
Mas pra provar que é machão
encomendou mais um então.

Enquanto Tiago mamava
Fernando só comia
A cegonha encaminhava
E Tamara em breve viria.

A família tava feliz
Nando e Sil se amando
De repente uma surpresa!
Mais um vinha chegando.

Já tinha as duas bandas
Com o recheio que chegou
Tiago, Tamara e Tasso
A família completou.

Mesmo apaixonado pela branquinha
É dela que ele mais gosta
Pois se não fosse Silvana
Não existiria toda essa prosa.

Vinte e sete anos se passaram
E continua a opção, ele prefere tapioca
Do que arroz com feijão.
Eita paixão!

*Cordel que fiz para o aniversário de meu pai de 50 anos.


O nome certo*

Fernando rima com remando
Que me faz lembrar o mar
Quem me dera ser poeta
Pra esse poema melhorar...

Queria dizer em versos
O que é difícil de explicar
O nome de um homem forte
Que é tão fácil admirar

Poesia, força, bondade,
Companheirismo, simplicidade
O seu nome tem o F
Que inicia felicidade.

Feliz dia, pai!

*Dia dos pais, 2010.

Um comentário:

  1. De início, os oião na mamadeira
    Dedão, biquinho, boneca
    De menina, hoje brinca a poeta
    Mordiscando os zoin da bloqueira

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